É preciso estar magro(a) para começar a investir no que te faz feliz?
- Haryni Costa
- 2 de mar. de 2017
- 5 min de leitura
Você considera realmente justo consigo se privar de usar uma roupa que você goste muito até que você alcance o tão sonhado e esperado “corpo perfeito”?
Você considera realmente justo consigo colocar a sua vida na espera?
Você julga realmente justo condicionar a sua felicidade a algo que invariavelmente vai depender de julgamentos externos?
Deixar de trabalhar, sair para clubes, ir à praias ou cachoeiras, namorar, conhecer novas pessoas, ir para a balada ou um barzinho com os amigos... um milhão de coisas como estas eu já deixei de fazer e talvez você também tenha deixado.

Segundo Heatherton e colaboradores (2000), “estigma social é uma forte desaprovação de características ou crenças pessoais que vão contra certas normas culturais e, frequentemente, levam à marginalização”.
Em outras palavras, quero dizer que no mundo em que estamos vivendo - a infeliz cultura do corpo perfeito, o estilo de vida fitness, da alimentação saudável e etc - quem não se enquadra em nenhum desses perfis de corpos, tende a se marginalizar. Algumas vezes pela não aceitação de si mesmo ou por realmente sofrerem discriminação, ou seja, “a manifestação comportamental do preconceito. No caso da obesidade, o indivíduo normalmente é “culpado” ou “responsável” pela doença, o que contribui para a negligência do estigma relacionado ao peso”. (Livro: Nutrição Comportamental, cap. 14)
Na verdade, a cada dia que passa, as pessoas têm se preocupado e dedicado mais o seu tempo, energia e dinheiro para estarem dentro do padrão estabelecido pelos veículos de informações atuais. Talvez você seja uma delas, tem estado insatisfeito com seu corpo e por isso se deprecia, desrespeita e se descuida, se submetendo em métodos de emagrecimento “milagrosos”, mas que na verdade não suprem sua verdadeira necessidade.
Não tem problema! Mas você não precisa mais esperar para se amar e se respeitar. Se permita ser feliz agora e faça as atividades que sentir vontade em fazer.
Deixa eu te contar uma historinha: Era uma vez uma Nutricionista muito inteligente. Tinha vários amigos, um namorado bacana e um sorriso maravilhoso. Mas ela tinha um grande defeito: o de se preocupar muito com a opinião das pessoas. E assim que se formou, não alcançando o desejo inicial de aprender a emagrecer a si mesma, mesmo tendo acesso às teorias, só queria chorar e comer e, sempre que possível, permanecia no escuro do seu quarto. Estava sempre à procura de um buraco para se esconder, pois acreditava que seu corpo não era adequado para exercer a profissão, a qual tanto se dedicou e amava! Afinal, sempre escutou de seus familiares que nutricionista tinha que ser magra!
Cansada desta situação, ela procurou por ajuda profissional, e infelizmente encontrou alguns que confirmaram a crença de que ela realmente não tinha o corpo adequado para uma nutricionista, sendo aconselhada inclusive a buscar outros caminhos. Mas com o apoio de pessoas e profissionais realmente acolhedores e empáticos, essa nutricionista descobriu que as coisas não eram como ela acreditava.
O mundo começou a fazer mais sentido quando ela decidiu confiar mais em si mesma e em sua capacidade, ver o seu valor, e não se importar mais com as vozes exteriores que de nada lhe ajudavam. E foi neste exato momento que as portas começaram a se abrir, novas oportunidades de emprego surgiram, amizades maravilhosas apareceram e o céu passou a ser o limite para essa jovem nutricionista!
Essa nutricionista sou EU.
Portanto amigos leitores, não deixem de fazer nada que te façam felizes por que você se sente fora do padrão!
Se você tivesse apenas mais um ano de vida e soubesse disso, você dedicaria toda a sua energia na busca incessante do corpo perfeito? Suas prioridades se modificariam? Faça esse exercício de reflexão com bastante dedicação!

Para finalizar, seguem as “25 maneiras de amar o seu corpo” para que você possa começar hoje mesmo: (Traduzido e adaptado de Maine):
1. Nascemos amando nossos corpos. Um bebê sugando os dedos dos pés não está se preocupando se aquele corpo é gordo. Imagine amar dessa forma seu próprio corpo. 2. Pense em seu corpo como um templo: crie uma lista das coisas que você pode fazer com ele. 3. Seja consciente do que seu corpo faz todos os dias. Ele é o instrumento de sua vida e não um ornamento de prazer para os outros. 4. Faça uma lista das pessoas que você admira, que contribuem na sua comunidade, no mundo. Quanto sua aparência importa para seu sucesso e sua realização? 5. Considere seu corpo como uma fonte de prazer. Pense em todos os modos que ele faz você se sentir bem. 6. Curta seu corpo: estique-se, dance, caminhe, cante, tome um banho de espuma, faça massagem, faça as unhas… 7. Escreva frases em seu espelho como: “Eu sou bonito por dentro e por fora”. Isso eu faço desde o primeiro vídeo!!) 8. Afirme que seu corpo é perfeito justamente do modo como ele é. 9. Caminhe de cabeça erguida, com orgulho e confiança em você mesmo como pessoa, não como um “objeto”. 10. Não deixe seu “tamanho” mantê-lo afastado das coisas de que você gosta. 11. Lembre-se: seu corpo não é uma democracia, você é o único a poder votar. 12. Conte suas vitórias e não suas falhas. 13. Reponha o tempo que gasta criticando sua aparência com atividades positivas e satisfatórias. 14. Você sabia que troca de pele a cada mês, que seu estômago refaz suas células a cada cinco dias, seu fígado a cada seis semanas e seu esqueleto a cada três meses? Seu corpo é extraordinário – respeite e aprecie isso. 15. Seja o especialista do seu corpo – conteste as revistas de moda, a indústria de cosméticos e as tabelas de “peso ideal”. 16. Deixe brilhar sua individualidade e beleza inatas. 17. Seja o aliado e o advogado de seu corpo e não seu inimigo. 18. Toda manhã, ao se levantar, agradeça seu corpo por ter descansado e rejuvenescido para que você possa aproveitar mais um dia. 19. Toda noite, quando for dormir, agradeça seu corpo por ter aproveitado mais um dia. 20. Encontre um tipo de exercício que lhe dê prazer e faça-o regularmente, não para perder peso, mas para sentir-se bem. 21. Pense em um tempo da sua vida quando você se gostava e curtia seu corpo. Busque esses sentimentos e memórias agora. 22. Olhe para as fotos de família. Encontre a beleza, o amor e os valores em cada corpo e rosto. Guarde isso perto do seu coração. 23. Se você tivesse apenas um ano para viver, quão importante seria sua imagem corporal? 24. Faça uma lista de seu guarda-roupa. Você usa roupas para esconder seu corpo ou para estar na moda? Mantenha apenas as roupas que dão a você uma sensação de prazer, confiança e conforto. 25. Beleza não é superficial. Ela reflete o todo. Ame e curta a pessoa que você é por dentro.
“As pedras: podemos lançá-las, reclamar delas, tropeçar nelas, andar por cima delas ou construir com elas.” -William Arthur Ward
Referências Heatherton TF, Kleck RE, Hebl MR, Hull JG. The social psychology of stigma. New York: Guilford Press; 2000. Alvarenga, M., Figueiredo, M., Timerman, F., Antonaccio, C. (2015). Nutrição Comportamental. Cap 14. pp 337- 365. Maine M. Body wars: Making peace with women’s bodies. Carlsbad: Gurze Books; 1999.

Nutricionista Comportamental em Belo Horizonte (MG)
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