Projeto menos do mesmo
- Nathália Petry e Lydiane Bragunci
- 11 de jan. de 2018
- 13 min de leitura
No final de 2017, nós do IACI, cansadas de tantos projetos "verão, detox e seca barriga", percebemos que já está mais do que na hora de revermos as metas e objetivos alimentares que nos propomos todos os anos. Continuamente nos perguntamos: até quando vamos acabar e iniciar nossos anos envolvidos em projetos de perda de peso?
Por isso, lançamos um projeto que não é um projeto. Queremos menos do mesmo, queremos transformação de verdade! Estamos cansadas dos mesmos projetos anos após anos, e achamos que está na hora de começarmos a, de verdade, transformar nossas vidas, nossa relação com a comida e nossa relação com o corpo.
Por isso, durante o final de 2017, resolvemos abrir o jogo e compartilhar em nossas redes sociais frases que sempre ouvimos dentro dos nossos consultórios. São angústias, súplicas e ideias que nem sempre temos coragem de expressar, que doem, mas que precisam ser olhadas, para que possamos seguir em frente. Para que possamos nos transformar.
E agora compartilhamos aqui todas estas reflexões para que elas possam te trazer novas ideias de resoluções para 2018! Veja abaixo:

Uma das frases que mais escutamos é essa que vem na forma de uma angústia: Como pude deixar meu corpo chegar nesse ponto? Como pude me "descuidar"? Como pude deixar de me "cuidar" e engordar tanto? Essa angústia ocorre porque aprendemos desde cedo que nosso corpo se molda da maneira que queremos, e para ter um corpo belo (ou seja, magro), basta só ter disciplina e força de vontade. "É só se cuidar", as pessoas dizem. E a pergunta que retornamos a vocês é: desde quando se cuidar se tornou sinônimo de privação alimentar, passar fome, exercício extenuado e até mesmo práticas não saudáveis como dietas que nada mais fazem do que assustar seu organismo? Desde quando "cuidar" se tornou um "feche a boca e malhe muito". Não sei vocês, mas isso não soa nada como auto cuidado para nós. E a grande verdade é que, se você engordou ou seu corpo mudou, isso muito provavelmente não tem a ver com falta de cuidado, mas com uma conjunção de fatores. --> Em primeiro lugar, os próprios métodos de perda de peso descritos no parágrafo anterior são promotores de ganho de peso a longo prazo (sim, dietas engordam - esse é o paradoxo das dietas convenientemente deixado de lado). ---> Em segundo, variações grandes de peso podem ser vistas, em geral, como um sintoma, e muitas causas podem estar envolvidas, como períodos difíceis, traumas, sofrimento, dor (porque a gordura é vista pelo nosso organismo como uma proteção - não só mecânica e térmica, mas emocional, psicológica, fisiológica...) --> Em terceiro, o peso muitas vezes têm diversos significados, e pode inclusive passar mensagens importantes para a pessoa, de forma inconsciente, como por exemplo determinação de limites... Isto quer dizer que muitas vezes vivemos conflitos internos a respeito do peso (as chamadas ambivalências), no sentido de que uma parte de mim quer perder peso e outra não. Por fim, você não se "descuidou" e deixou seu peso aumentar. Nós nem temos o poder de deixar ou não deixar o corpo adquirir tal formato. A verdade é que talvez você tenha precisado ganhar peso, para seu corpo se proteger, lidar com as dietas, sobreviver à fome, se recuperar do exercício extenuante, lidar com momentos difíceis... Seu corpo sempre esteve do seu lado, e o ganho de peso não foi feito para te agredir. Mas para te proteger. Procure ajuda para conseguir entender quais as causas para o seu ganho de peso, e para transformar sua relação com a comida e com seu corpo.

E a nossa campanha #projetopraquê#projetopraquem #projetomenosdomesmocontinua no sentido de te colocar para refletir se você quer mesmo se manter dizendo as mesmas frases depreciativas para si ou se não seria mais produtivo você ir um pouco além dos discursos que só te colocam num lugar de extrema insatisfação e repugnância com a própria imagem. ‘Como é que eu posso me amar desse jeito?’ é uma das frases mais ouvidas por nós, seguida não raramente da seguinte: ‘Eu nunca consegui, em nenhum peso que tive, me olhar e esboçar qualquer sentimento positivo sobre mim’.
Então vamos iniciar esta reflexão te devolvendo outras perguntas? Do que é que você precisa para amar alguém?Quais são as coisas que te fazem admirar e amar uma outra pessoa?Primeiro: Você valoriza, nestas pessoas as quais você ama e admira, os atributos físicos ou características que vão um pouco além como por exemplo a força, a integridade, a coragem, a honestidade, a capacidade de superar problemas, a capacidade de amar, de dar amor e por aí vai? Segundo: se esta pessoa que você ama não possui as características físicas que você acha esteticamente agradáveis (o cabelo x, o manequim y, o tamanho do braço z), você impõe isso como um obstáculo para amá-la? A sua capacidade de amar as pessoas então está condicionada ao que é aparente ou aquilo que você enxerga além do que vê?Terceiro: se você não condiciona o seu amor aos outros à aparência que têm (inclusive, pessoas que agem assim são socialmente rotuladas como fúteis), porque é que você insiste em fazer isso consigo? Porque é que você condiciona a sua capacidade de se dar amor à uma necessidade de perfeição que provavelmente é inatingível?
Pois saiba que isso nada mais é do que um condicionamento que você está criando para não se permitir dar amor, para não se permitir receber amor. O seu jeito de ser e de existir não é errado! Não é inadequado! Não existe um corpo certo, nem um jeito de ser certo.A partir do momento em que você passa a se questionar porque é que tem sido tão mais fácil se odiar em detrimento de buscar, dia após dia, explorar seus recursos internos e externos e se exercitar a admirá-los, você vai perceber que esta atitude se torna cada vez mais fácil. E você não precisa de soberba, nem de uma dose dupla de falta de noção para enxergar beleza em si. Você só precisa ser honesto e justo consigo. Nada mais! Nós não somos realmente capazes de amar aquilo ou alguém que não conhecemos. Somente quando nos predispomos a conversar, conhecer e explorar um pouco além do que é visto é que vamos construindo um relacionamento afetivo que se solidifica a cada ponto de contato. Tente experimentar isso consigo, vai?! Pare de ressaltar as suas fraquezas e fortaleça as suas fortalezas. Aí sim, você estará no caminho para se amar...

O que a gente costuma dizer quando ouve esta frase em consultório é “Como você pode NÃO IR à praia assim?” Você tem saúde, seu corpo está em perfeito funcionamento. Faz algum sentido você colocar a sua vida na espera, deixar de viver momentos que poderão ficar guardados para sempre em sua memória, simplesmente porque seu corpo não está dentro dos padrões? A vida está acontecendo agora! É comum quedeixemos sempre a melhor louça, a melhor roupa, o melhor sapato, para viver momentos que nunca chegam. O tempo é o nosso único recurso esgotável e irrecuperável de fato e viver cada dia da melhor maneira que você puder é o seu verdadeiro propósito. A gente sempre gosta de compartilhar essa perguntinha poderosa aqui quando o assunto é eleger prioridades na vida: ‘Se você tivesse apenas um ano de vida e soubesse disso, o seu principal objetivo ainda seria emagrecer?’ Se estar com as pessoas que você ama, aproveitar o seu tempo livre de descanso, relaxar depois de um ano cheio de trabalho e afazeres depende da sua aparência impecável para acontecer, quando é que você vai realmente se colocar como prioridade? Deixa a gente te contar um segredinho: Quem está vivendo a própria vida com alegria e leveza não anda fiscalizando corpos alheios na praia não. Está simplesmente se ocupando com viver a própria vida. E você também pode fazer o mesmo! Então, bota a sua carinha e seu corpitcho no sol e se joga na vida, vai?! Isso sim é ter saúde! <3

Certamente você já percebeu que os movimentos#bodypositive estão fazendo um lindo trabalho pelo mundão afora, né? É inegável que ter corpos normais e diversos representados em campanhas publicitárias refletem na nossa maneira de nos vermos. Somos expostos diariamente a inúmeras mensagens, pensamentos e imagens que reforçam a nossa insatisfação corporal. E você também já deve estar ciente de que por trás da sua insatisfação há o apelo para que você consuma produtos e serviços ligados à aparência, embrulhados em pacotes dourados de “felicidade”, né? A gente sabe como é difícil não cair nessa armadilha terrível que é a indústria da beleza e da magreza. Por isso não raramente ouvimos em consultório a frase “Eu não sou gordofóbica! Eu consigo olhar para a mulheres gordas que se amam e acho isso lindo. Só que que não consigo me sentir bem assim” ou ainda “eu jamais vou conseguir me amar gorda”. O ponto que merece destaque neste pensamento nem é se você tolera ou não as pessoas gordas. O ponto central é a sua sensação de “se sentir muito gord@”. Uma revisão sistemática da literatura, publicada no ano de 2015 por Macpherson-Sanchez comprova que a sensação de “estar muito gordo” (que pode ou NÃO estar relacionada ao peso real) faz com que deixemos de confiar no nosso próprio corpo, nos desconectando dele. E quando nos desconectamos da nossa fisiologia, ignorando os nossos sinais internos de fome e saciedade e rejeitando nossas necessidades mais básicas, acionamos o nosso instinto natural de sobrevivência. A sensação de que você não pode confiar no seu corpo e que você deve fazer o controle do peso nos leva ao medo da gordura. E tudo isso resultará em quê? Em um comer descoordenado, que varia entre a restrição extrema e episódios de compulsão alimentar. Um comer descoordenado inevitavelmente nos traz sofrimento. Perceba que a sensação de não ter controle diante da comida, de ver nela a sua pior inimiga, que experimentar as sensações ambíguas de prazer imediato, culpa e fracasso te machucam. E tudo isso começou láaaaa atrás quando você se olhou no espelho e se sentiu inadequad@ demais, o que te fez entrar num ciclo que parece jamais ter fim: insatisfação - controle e descontrole com a comida - mais insatisfação ainda. Por isso, é importante que você quebre este ciclo. Que se dê conta de que é assim que você está vivendo ao longo de toda a sua vida e que isso só está te deixando pior. Se odiar, se privar, se punir, só vai te trazer ainda mais insatisfação. Busque se reconectar e reestabelecer a confiança no seu corpo. Pare de se machucar com a comida, busque fazer as pazes com ela. Não existe alimento bom ou ruim quando se tem um comer equilibrado. Você merece viver isso! E se precisar de ajuda, peça! Existem profissionais que podem te guiar neste lindo processo de reconexão consigo.

Continuando nossas reflexões de dezembro, na campanha #projetopraquê #projetopraquem#projetomenosdomesmo, segue uma outra frase que geralmente vem com bastante angústia: "É muito bacana tudo isso que você fala de viver sem dietas, de viver em paz com a comida, mas sinto que isso não é pra mim". Ou "você não entende, meu corpo é diferente, ele não responde... se eu viver sem dietas, não vou conseguir parar de comer... preciso viver nas rédeas mesmo". Primeiramente, coloco que acreditamos que cada pessoa é livre para comer da maneira que bem preferir. Fazer dietas, não fazer dieta, seguir regras, não seguir regras, isso depende de você, e, dentro de cada condição, cada pessoa é livre para se alimentar da maneira que preferir e puder. Porém, em segundo, preciso te dizer que eu entendo sua angústia. Sim, é muito angustiante viver sentindo que se é refém da comida, e que é muito difícil estar ao redor dela. Entendo quando você diz que quando se mantém fora da dieta, você se sente descontrolada e sem limites para comer. Mas eu queria te propor algumas reflexões e o farei por meio de algumas analogias. Imagine um adolescente, que vai para uma festa rave e fica três dias direto acordado no pique da festa. Quando ele volta para casa, ele dorme por três dias inteiros. Agora me responda: você diria que ele é dorminhoco? Que ele é preguiçoso? Que ele tem sono demais? Agora, trazendo essa analogia para o mundo das dietas. Será que os seus momentos de descontrole não são apenas uma compensação que vem depois do controle? Digo, será que seus momentos de exagero alimentar não são simplesmente uma resposta por você estar tentando restringindo e proibir alimentos? Como o adolescente dorme por três dias depois de ficar três dias acordado? Continuando na linha da analogia, imagine um adolescente que se diz ter sempre muito sono, que não consegue se manter acordado e concentrado nas aulas, e que chega a dormir muitas e muitas horas direto constantemente se deixar. Você simplesmente assumiria que ele é uma pessoa preguiçosa e o faria se manter em uma disciplina repleta de despertadores? Ou de repente você procuraria ajuda de algum profissional para entender o que está por trás do sono - sendo de repente até uma questão emocional? Será que sua relação com a comida também não pode ser só um sintoma? Será que assim como o sono todo do adolescente possa ter uma causa, que precisa ser explorada, será que o seu comer também não tem um significado? Será que não há uma relação emocional com os alimentos? Será que o comer te traz conforto, alegria, e vários outros sentimentos? Assim, precisamos te dizer com muita veemência: você não é uma pessoa descontrolada. Se você deseja viver na vida de dietas, e isso faz sentido pra você, tudo bem, cada um é livre para escolher. Agora, não pense que a dieta é a única opção para você pois acha que não pode viver sem regras. Você pode, sim, se libertar das dietas, começar a traçar um caminho de descoberta (é preciso entender o que esse "sono" todo - analogia para o descontrole - significa), fazer as pazes com a comida, redescobrir o que seu corpo realmente pede e viver feliz com o prato. Todo mundo tem direito de ficar em paz com a comida. Faz parte de nós.

Algo que vemos muito dentro do consultório também é a angústia que vem acompanhada do "ter que viver em dieta por causa do metabolismo lento". Frequentemente ouvimos com pesar "mas é que eu realmente preciso comer pouco, porque meu metabolismo é lento e tenho facilidade de engordar". Sim, nós concordamos que é realmente um pesar entender que você precisará passar a vida inteira se privando pois seu corpo é "lento". A verdade é que, sim, cada corpo funciona em uma "velocidade". Ninguém é igual a ninguém, e existem pessoas que precisam de mais "combustível", e outras que precisam de menos. Mas o que precisamos dizer aqui pra você agora é: achamos inconcebível é o fato de uma pessoa precisar passar fome ou se privar para manter o peso ou ser saudável. Vem refletir aqui com a gente: Nós temos dois sinais no nosso corpo muito importantes: a fome e a saciedade, que são nossos sinais guiadores do quando e do quanto comer. Eles são regulados por várias cascatas bioquímicas que sinalizam o quanto de energia e nutrientes você precisa. Então, aqui vai a verdade: se você tem um metabolismo mais acelerado, provavelmente você vai precisar comer mais; isto é, terá mais fome. Se seu metabolismo é mais lento, você precisará de menos combustível e, consequentemente, sentirá menos fome do que a outra pessoa. Sim, é ainda mais simples do que parece. Na verdade, essa história de que preciso me privar ou comer pouco por causa do meu metabolismo ou tendência a engordar não só não é verdadeira, como pode te levar pro caminho contrário. Você já percebeu que quanto mais dietas faz, mais parece cair no efeito sanfona e mais parece estar aumentando de peso? E outra, será que não é a própria restrição (dar menos combustível do que seu corpo precisa) que tem feito seu corpo ficar "mais lento"? Agora uma verdade chocante: talvez não é força de vontade que te falte, mas talvez você viva em fome!!! E o que acontece é: se privando de alimentos ou nutrientes, seu corpo vai aumentar muito seu desejo por comida (você fica pensando em comida), e em algum momento você acaba caindo em um episódio de comer exagerado. Sabe aquele famoso "só hoje"? É que talvez você já esteja com tanta vontade e fome que não consegue parar de comer. E aí vem aquela enganosa sensação de que "se eu sair da dieta, não vou parar de comer". Quando na verdade é a própria dieta que te faz se sentir obcecado por comida e te leva aos momentos de exagero... Sinceramente, não é preciso saber se seu metabolismo é lento ou rápido. Utilizando minhas adoradas analogias (sim, adoro uma!), nós não precisamos saber o quanto de xixi precisamos fazer no dia ou qual é a capacidade de armazenamento da nossa bexiga, para então calcular o quanto de xixi fazer, certo? É muito mais simples do que isso! Basta eu estar atento ao meu corpo, e, quando me vem a vontade de fazer xixi, eu vou no banheiro! Pronto, meu corpo já está regulando isso! Com o comer é bastante semelhante! Eu não preciso calcular qual a velocidade do metabolismo para então determinar o quanto posso comer. Na verdade, basta eu começar a me reconectar com meu corpo, e a redescobrir e respeitar meus sinais de fome e saciedade, que meu corpo já vai calcular tudo isso. Não é maravilhoso isso? Então não importa a "velocidade" do seu metabolismo, ao se reconectar com seus sinais de fome e saciedade você vai reaprendendo a dar para o seu corpo aquilo que ele precisa! Tem um estudo muito bacana que avaliou o consumo de leite artificial mais diluído e mais concentrado de diversos bebês. E o que o autor percebeu é que os bebês consumiam o volume necessário para atender a fome e as necessidades nutricionais, ou seja, mamavam mais do leite diluído e menos do mais concentrado (Fomon, 1993). Incrível né? De fato, vários pesquisadores têm sugerido que os seres humanos são naturalmente equipados para usar seus sinais internos para regular o consumo de alimentos para alcançar um consumo energético balanceado (Van Dyke e Drinkwater, 2014). Lembrando, gente, que aqui estamos falando do "comer normal", e não de uma nova regra. Por acaso, estabelecemos para nós que somos obrigados a fazer xixi quando temos vontade? Não há vários momentos em que seguramos o xixi, ou que acabamos fazendo xixi sem ter tanta vontade (quando vamos viajar, por exemplo)? Com o comer é assim também! Vamos seguindo a fome e a saciedade porque é prazeroso saciar estes sinais (observe isso!), mas você também não precisa colocar isso como uma regra máxima do seu comer. Pode ser mais simples! Comece a explorar seu corpo e a observar quando você comer, e o quanto você quer comer! Se faça estes questionamentos! Você pode descobrir muita coisa bacana! PS.: Há muitos casos em que há dificuldade em perceber esse sinais ou respeitá-los, e isso pode acontecer por diversas razões, até mesmo patologias. Por isso, se você sentir dificuldade, não hesite em procurar um profissional nutricionista que trabalhe com esta filosofia! Garantimos que vale a pena :)
Sugerimos que você reflita sobre estas questões para começar um 2018 de um jeito diferente e de uma forma mais completa!

Que seu 2018 seja transformador!
Referências:
- FOMON, S.J. Nutrition of normal infants. Louis, Mo: Mosby-Yearbook, 1993.
- Macpherson-Sánchez AE. Integrating fundamental concepts of obesity and eating disorders: implications for the obesity epidemic. Am J Public Health. 2015 Apr;105(4):e71-85.
- Van Dyke N, Drinkwater EJ. Relationships between intuitive eating and health indicators: literature review. Public Health Nutr, 2014 Aug;17(8):1757-66.
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